Necronomicon: Difference between revisions
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Latest revision as of 09:25, 13 December 2022
Necronomicon ("Al Azif", no original árabe) é um livro fictício inventado por H. P. Lovecraft, autor americano de ficção científica, horror e literatura fantástica. Segundo o próprio, o Necronomicon teria sido escrito em Damasco por volta do ano 730 d.C. por Abdul Alhazred, um poeta árabe louco originário de Sanaa, no Iémen.
O Necronomicon é o mais famoso livro fictício dos "Mitos de Cthulhu" (ou Mythos), nome dado pelo escritor August Derleth à mitologia criada por Lovecraft, e aparece em grande parte das suas obras. Segundo lovecraft, um dos exemplares da obra estaria guardado na biblioteca da Universidade de Miskatonic, sediada em Arkham (universidade e cidade também fictícias). O grimório conteria fórmulas mágicas ligadas à magia negra dos Antigos, seres descritos especialmente em dois contos: Nas montanhas da loucura e A sombra perdida no tempo. Usando esta fórmula de atribuição de um livro a um autor antigo, cuja cópia em seu poder seria a última existente, e usando um contexto fantástico, o autor desenvolve a ideia de um livro mágico, creditando possíveis excessos à alma perturbada de um poeta. Esta fórmula literária foi também utilizada por Jorge Luis Borges e Umberto Eco nas suas obras.
Etimologia
Lovecraft teria dito numa carta a Harry O. Fischer que o nome lhe veio em sonho, possivelmente formado a partir das palavras gregas νεκρός (nekrós, adjetivo “morte, morto, defunto”), νόμος (nómos, substantivo “lei”) e εικών (eikón, substantivo “imagem, ícone, tablatura, pintura, ilustração, retrato”): “uma imagem da lei dos mortos”.
Em inglês, a palavra icon (ícone), também pode ser grafada ikon ou eikon, quando no sentido de imagem religiosa, e todas as três tem raiz etimológica no latin e no grego (Wikitionary: icon). Assim, a afirmação de S. T. Joshi na Wikipedia em inglês de que Lovecraft errou e que ikon é um sufixo neutro de adjetivação, está errada. A anglicização do grego εικών poderia ser feita em eikon ou em ikon, pois ambas as formas existem no inglês, e ambas podem ser substituídas por icon. O uso da palavra "ícone" (significando imagem) para se referir ao Necronomicon provavelmente se deu porque livros são um amontoado de "desenhos" (palavra escrita), e para os antigos a escrita era sagrada (eikon, ícone religioso). Assim como hieróglifo: "escrita sagrada". Daí -icon assume aqui o sentido de "livro".
Uma tradução não literal (para o inglês) da palavra νόμος (nómos) pode ser "país, condado", e não apenas lei, embora seja a tradução mais frequente. É uma tradução possível que aparece no Google Translator, e faz sentido. Um país ou condado é uma região com jurisdição específica, onde impera apenas uma legislação. As regiões administrativas do Egito Antigo dos faraós receberam o nome grego de "nomos". O que é interessante, já que o Necronomicon é um um livro de feitiços antigos (magia como um sistema, um conjunto de "regras" ou "fórmulas", isso é, de leis), mas também a descrição do mundo e dos próprios deuses antigos dos mythos (todos "mortos").
Assim, o nome do livro inventado por Lovecraft não poderia ser mais apropriado, além de gozar de excelente técnica linguística.