O Universo de Trevas

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Informação é poder. A primeira sociedade secreta apareceu quando as primeiras entidades descobriram que a informação completa da verdade traria o controle sobre os humanos que não a tivessem.

A Roda dos Mundos

Uma das primeiras lições que os magos iniciados nas escolas de Magia aprendem é a respeito da Roda dos Mundos, o nome dado ao mecanismo astral responsável pela evolução dos mundos espirituais e que está dividido dentro do sistema solar em nove engrenagens, chamadas orbes.

Estas gigantescas engrenagens invisíveis envolvem todo o universo, decretando o nascimento e a morte dos mundos. A Terra onde nós vivemos faz parte da terceira orbe solar, também chamada Satânia, junto a seus planos irmãos Paradísia e Arkanun.

De acordo com a história da Cidade de Prata, como ela nos é contada, o universo como conhecemos passou a existir quando Jeovah (também chamado pelos estudiosos de Demiurge ou Demiurgo) rompeu a barreira que separa Éden de Paradísia, fundando a grande Cidade de Prata, lar dos anjos alados. O que havia antes disso, ninguém ao certo sabe a verdade.

Além do Demiurgo, outro nome é conhecido dos estudiosos do reino do Reino Astral: o Ancião dos Tempos. Sabe-se que essa poderosa entidade é mencionada nas escrituras como já existente naquela época, mas nenhum sábio jamais conseguiu encontrar sua verdadeira origem.

A Primeira Sociedade Secreta

A primeira sociedade secreta surgiu quando Lúcifer, o mais lindo e poderoso anjo dos céus, decidiu organizar seu manifesto pela liberdade.

Lúcifer ainda era o comandante de todos os anjos naquela época, adorado por todos os espíritos da criação. Viu a construção da Terra se desdobrar diante de seus olhos. Viu a criação dos homens, dos homens e das plantas. Viu um mundo que poderia ser seu para governar. Junto a seus principais marechais, Moloch, Chemos, Baalim, Astoreth e Thammuz, formou as bases de exército que arregimentaria um terço dos anjos da Cidade de Prata e tentaria tomar o poder das mãos do Demiurgo.

Então Lúcifer fez o impensável: desafiou o poder de Deus.

Segundo o poeta John Milton, a morada dos primeiros Anjos era chamada de Castelo Oostegor, ou Malek. Um castelo de proporções gigantescas, aproximadamente do tamanho de uma metrópole do século XI na Terra, e apenas inferior em tamanho ao Castelo Júpiter, lar dos Anjos altíssimos.

Oostegor foi a base da rebelião dos primeiros anjos.

Sentado junto a seus marechais, Lúcifer tramou a primeira de todas as rebeliões...

A Primeira Rebelião

Enfrentando o dobro de suas forças, os anjos rebeldes conseguiram derrotar as falanges de Miguel e tomar o Castelo Júpiter. Tropa após tropa, todos os anjos principais do céu tombaram diante dos ataques de Lúcifer e seus exércitos.

Quando as falanges finalmente tentaram tomar o Solarium, a Grande Sala dos Altíssimos, encontraram Christos, filho do Demiurgo, sentado à direita do Pai. Naquela época, Christos era conhecido apenas como "Lumen Filliis" (o Filho Iluminado). Christos ergueu uma espada brilhante como mil sóis e enfrentou Lúcifer e seus anjos sozinho. A luta prolongou-se por uma eternidade e os espíritos mais antigos dizem que o universo brilhou nesse dia e depois escureceu para sempre.

Após a queda de Lúcifer, o Castelo Oostegor foi destruído, mas alguns dizem que partes do castelo ainda podem ser vistas na faixa de asteroides entre os planetas Marte e Júpiter. Dos Campos de Marte, na Cidade de Prata, pode-se ainda avistar as ruínas do fabuloso castelo, assim como do Nono Círculo do Inferno, morada atual de Lúcifer.

Os Outros Deuses

Após a vinda do Demiurgo, os deuses Gaea (Gaia, a mãe Terra) e Uranus (o pai, o céu) foram as próximas entidades a cruzar a fronteira espiritual entre Éden e Paradísia. Tiveram ao todo doze filhos, chamados de Titãs por causa de seu imenso tamanho e poder e povoaram partes de Paradísia. Um de seus filhos, Chronos, também se rebelou contra seu pai Uranus e, assim como Lúcifer, combateu seu criador.

Armado com a Lança do Destino confeccionada por Gaea, Chronos castrou Uranus e arremessou seus testículos para a Terra, onde as espumas formadas pelo sêmen e pelas águas do mar deram origem à deusa Afrodite, a mais antiga deusa a pisar na Terra, cerca de dez mil anos atrás.

Após a derrota e banimento de seu pai, Chronos assumiu o domínio da região sul de Paradísia, junto a seus irmãos Titãs (Oceanus, Tethys, Hyperion, Theia, Coeus, Phoebe, Rhea, Mnemosyne, Themis, Crius e Iapetus) e juntos governaram a Terra por muitos séculos, na chamada Era de Ouro da Terra. Chronos (que muitos sábios afirmam ser apenas outra forma do Ancião dos Tempos) teve diversos filhos com Rhea, entre os quais Réstia, Deméter, Hera, Zeus, Hades e Poseidon.

Alertado por um Oráculo de Spiritum de que seria derrotado por seu filho mais jovem, Chronos decidiu devorar toda sua prole, para impedir que a previsão do Oráculo se realizasse. Sobre esse capítulo da história grega, muitos sábios acreditam que foi o próprio Chronos quem avisou a si mesmo no passado, sobre sua derrota para Zeus.

Rhea, quando seu sexto filho homem nasceu, decidiu escondê-lo do pai, moldando com seus poderes mágicos uma pedra na forma da criança. O deus verdadeiro foi enviado para a distante Ilha de Creta, onde foi criado pelos demônios conhecidos como Dáctilos até que atingisse a idade adulta e pudesse atacar seu pai.

Zeus, com a ajuda dos Centimanos (gigantes com cem braços e cinquenta cabeças que vivem no Olympus), atacou os Titãs e os derrotou, aprisionando-os na região que mais tarde seria conhecida como Inferno. Em seguida, libertou seus irmãos do ventre de seu pai e tomou a cidade de Olympus como morada. Casou-se com Hera, sua irmã e passou a governar os chamados deuses olimpianos.

Apesar de relativamente próximas, a Cidade de Prata e Olympus quase nunca travaram contato desde a primeira rebelião de Lúcifer até a tomada do Olympus por Zeus. O primeiro contato entre as duas regiões ocorreu por volta de 7500 A.C., com a chegada do mensageiro dos deuses gregos Hermes à Cidade de Prata.

Deuses Egípcios

Khepera foi um dos próximos deuses a cruzar a barreira entre os dois planos celestiais. Deus besouro, construiu sua morada no Deserto de Dudael, afastado ao sul de Paradísia, a muitos dias de viagem da região onde está localizada a Cidade de Prata.

De suas próprias lágrimas, Khepera criou (por isso o símbolo de Rá é um olho lacrimejante) e todos os outros deuses que mais tarde seriam conhecidos como deuses egípcios. Em seguida, criou as imponentes Pirâmides de Dudael e a Cidade Dourada, onde passou a governar junto a seus filhos. Khepera desapareceu pouco tempo depois, nas areias do deserto e nunca mais foi encontrado.

Rá, filho mais velho, sentia-se muito solitário e criou os deuses Maat, Nut e Thot para lhe fazerem companhia. Com a deusa Nut teve cinco filhos: Osíris, Haroeris, Set, Ísis e Nephtys. Os deuses Set e Nephtys também tiveram um filho, Anúbis, o deus de cabeça de chacal, guardião dos mortos e coordenador das almas egípcias de Spiritum.

A pirâmide dourada e a Cidade Dourada de Rá tiveram uma convivência pacífica com Olympus e com a Cidade de Prata, com troca de informações, Rituais e Magias entre os diplomatas dessas cidades.

Metrópolis

Com o enfraquecimento da barreira entre Éden e Paradísia, outros deuses mais fracos conseguiram atravessar o portal para Paradísia também. Bel Meridath e Leviathan foram exemplos desses deuses que cruzaram a barreira entre Éden e Paradísia em 10.000 A.C.

A luta entre o deus da luz e o dragão baleia da escuridão marcou Paradísia com o brilho de cem estrelas e foi narrado em diversas mitologias antigas, principalmente na região da Mesopotâmia. Inimigos mortais por incontáveis eras, Bel Meridath enfrentou Leviathan ainda no Éden, conseguindo forçar o demônio à queda para um plano inferior...

Apesar de considerado um dos mais poderosos demônios que já habitaram a Orbe Terrestre, Leviathan perdeu a batalha contra Bel Meridath e foi derrubado dos céus sobre Paradísia, causando um grande cataclismo. Sua queda abriu uma cratera gigantesca, chamada pelos anjos mais antigos de "O Fosso", tão profunda que é impossível enxergar seu fim.

Do ventre amaldiçoado do deus-baleia Leviathan nasceram 823.543 (7 elevado à sétima potência) Keepers, que escalaram as bordas do Fosso como uma verdadeira horda de seres abomináveis, até onde seria erguida a cidade de Metrópolis. O nome "keeper" foi dado por São Estêvão em 35 D.C. e significa "guardião" ("Keepers of Leviathan", no original).

Criaturas hediondas, os Keepers lembram anjos disformes e obesos, com asas deformadas e rasgadas, geralmente apenas com os ossos à mostra. Seus dentes afiados e seus olhos vazios são uma caricatura doentia da beleza dos anjos de Paradísia.

Os anjos deformados organizaram uma gigantesca cidade fortificada, trabalhando sem parar durante sete mil anos. As bordas do Fosso formam 7.777 "dentes", ao redor da cidade de Metrópolis, com forma muito semelhante às mandíbulas de um tubarão. A cidade de metal negro está construída dentro dos penhascos ao redor do fosso e muitas partes estão construídas sobre o fosso, com torres, palácios, edifícios com centenas de andares, castelos e milhares de mausoléus, onde estão enterradas as mais hediondas criaturas geradas pela alquimia dos Keepers e pelas mutações impostas pelos campos energéticos do Fosso. Esses mausoléus guardam os chamados "Deuses Mortos".

Metrópolis também é chamada de Necrópolis, ou de Lanka, Cidade dos Mortos, venerada na antiga Índia. Sua localização física está disposta sobre a cordilheira do Tibet, o que explica o clima gélido ao redor da cordilheira onde estão localizadas as 7.777 torres.

A visão para o viajante de Paradísia é assustadora. Após caminhar por dias em espessa neve, enfrentando temperaturas extremas, o peregrino irá se deparar com torres de metal negro que alcançam o céu, formando uma enorme boca de tubarão. Uma vez atravessando os portões externos, a temperatura dentro da cidade é amena (ficando cada vez mais quente, conforme se aproxima do Fosso e das estruturas construídas em seu interior).

Os diplomatas de Metrópolis foram enviados para as cidades conhecidas na época, que não viram com bons olhos seus irmãos deformados de corpo e alma, mas não tiveram outra escolha senão tentar uma convivência pacífica.

A Quaballa

Entrelaçando todos os mundos da Orbe Terrestre (incluindo Arkanun, Terra, e Paradísia) está Yggdrasil, a Árvore da Vida. Nenhum sábio conseguiu explicar totalmente seu funcionamento, mas sabe-se que a árvore está relacionada com a Roda dos Mundos e com suas engrenagens dentro desse mecanismo celestial. Aquele que dominar os caminhos da Roda dos Mundos, dominará a Orbe completamente.

Após a descoberta dessa árvore pelos habitantes de Aasgard (os deuses nórdicos que vivem ao norte de Paradísia), Hermes e seus companheiros de falange, em um total de onze arcanjos, foram enviados pelo Olympus e pela Cidade de Prata como diplomatas para analisar e descobrir os poderes da Árvore do Mundo.

Esses anjos foram escolhidos entre os mais antigos Recíperes e Nimbus da Cidade de Prata e são eles: Keter (a coroa), Hochma (a sabedoria), Binah (a compreensão), Hesed (a misericórdia), Giburah (a força), Tieferet (a beleza), Netzach (a vitória), Hod (o esplendor), Yesod (a fundação) e Malkuth (o reino). Cada um deles tornou-se responsável por um ramo da Árvore da Vida e a ela foi dado o nome de Quabal ou Quaballa. Os dez arcanjos denominaram-se Sephirah (no plural, Sephiroth), os guardiões da Árvore da Vida.

O décimo primeiro arcanjo, Chorozon, vislumbrou por acidente o ramo proibido da Árvore, chamado Daath (ou Da'at) e acabou se corrompendo. Destruído nesse processo, seu espírito encontrou conforto nos Reinos Infernais, onde viviam Lúcifer e Shaitan. No Inferno, ensinou a alguns demônios escolhidos por ele (chamados mais tarde de Qliphoth) as mesmas regras de Magia que os arcanjos aprenderam, para que pudessem se opor aos Sephiroth.

Muitos sábios argumentam que Chorozon descobriu a verdade por trás da Roda dos Mundos e, por isso, tornou-se um proscrito da Cidade de Prata, sendo caçado e quase destruído, tendo de se refugiar no Inferno sob a proteção de Lúcifer para poder sobreviver e que teria fundado o Qliphoth como uma maneira de alertar os outros magos a respeito do perigo de se estudar a Árvore da Vida.

A Quaballa tornou-se uma ordem secreta de anjos dentro da Cidade de Prata, conhecida apenas pelos anjos ligados a Hermes, ao recípere Samyaza e aos dez Sephiroth. Esse conhecimento místico chegou aos humanos através de um personagem muito famoso entre os anjos, o próprio Samyaza.

Atlântida

O grande filósofo Platão, na Antiga Grécia, foi o primeiro a escrever sobre esta lendária ilha localizada no local que mais tarde ficaria conhecido como Triângulo das Bermudas.

Cerca de dez mil anos atrás, o deus dos mares Poseidon, Nativo de Olympus, criou uma ilha maravilhosa para sua amante Cleto, que muitos diziam ser uma mortal, mas que na verdade era filha dos deuses gregos com mortais. Essa ilha era governada por uma grande cidade, de nome Atlântida, localizada em seu coração. Poseidon criou a ilha como um grande presente e dividiu-a entre seus dez filhos, nomeando-a em homenagem a seu primogênito: Atlas (não relacionado com o gigante que segurava os céus, também da mitologia grega).

A destruição de Atlântida acontece milênios mais tarde, junto com o Dilúvio, por obra de uma conjunção de atos de uma dezena de deuses, coordenados pelo ancião dos tempos, o anjo mais velho de Paradísia (Ver ANJOS: A CIDADE DE PRATA para detalhes).

Quando Atlântida foi destruída, seus habitantes, por serem quase todos filhos de deuses e humanos, ficaram presos no plano espiritual da Terra, condenados a reencarnarem em novos corpos humanos. Outros tiveram suas essências capturadas por demônios e aprisionadas em cristais que foram usados como fonte de energia mística durante milênios.

Os Nephalins

Após os primeiros estudos da Árvore da Vida, a Quaballa passou a dominar boa parte da política na Cidade de Prata e entre os deuses menores que viviam em Olympus. Não chegava a ser influente o suficiente para afetar decisões tomadas por Christos ou Zeus, mas conseguia desviar esforços e recursos para mais estudos sobre as propriedades da Magia, que eram divididos apenas entre os integrantes dessa sociedade.

O primeiro embaixador do Olympus na Cidade de Prata foi o próprio Hermes que, em conjunto com Samyaza, desenvolveu a primeira versão dos Caminhos e das Formas de Magia, a partir do desenho esquematizado da disposição da Árvore da Quaballa. Os dois aprimoraram os conhecimentos e os ensinamentos a muitos anjos, milênios atrás.

Nesse mesmo período, os anjos da Cidade de Prata enamoraram-se das filhas dos mortais, que eram muito belas. Ao contrário dos deuses nórdicos, gregos e egípcios, que permitiam a seus guerreiros compartilharem a cama com os mortais, Jeovah, governante da Cidade de Prata, proibiu os anjos alados de se deitarem com as filhas de humanos.

Samyaza e sua falange, composta de 200 anjos rebeldes, decidiram descer à Terra para fornicar com as mulheres mortais. Esses duzentos anjos eram liderados por Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Ramuel, Danel, Azkeel, Sarakmyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael e Arazael, mas entre os anjos rebeldes estavam também deuses de Olympus, de Aasgard e de Ur.

Em 4.500 A.C., os anjos desceram ao Monte Aradis e espalharam-se pelo mundo, dando origem à raça dos seres híbridos chamados gigantes ou Nephalins. Os gigantes eram criaturas de imensa estatura, capazes de chegar a até dez metros de altura, que devoravam e destruíam tudo em seu caminho. Os nephalins nasceram como humanos normais em todos aspectos, exceto um: eles mantinham boa parte das memórias de todas as suas encarnações anteriores, sendo incapazes de esquecer o que haviam aprendido (de uma maneira muito semelhante à maldição dos feiticeiros de Atlântida).

O Dilúvio

Infelizmente, os anjos não previram um grande problema, que custou a sua ruína. Os gigantes tornaram-se criaturas ensandecidas e destroçavam tudo o que estava em seu caminho e o clamor das almas destruídas chegou aos céus. Miguel, Gabriel, Suryal e Uriel baixaram seus olhares para a Terra e viram o sangue que corria pelos campos. Sob comando divino, o Dilúvio cobriu a Terra (ou a parte da Terra onde se passa esta história), destruindo os gigantes e os nephalins. Os anjos foragidos foram capturados e mantidos enterrados no Abismo por setenta gerações. Depois, foram acorrentados pelas mãos e pés no deserto de Dudael, condenados a sofrer sob o fogo brando até o dia do Juízo Final.

Dos duzentos anjos, 127 foram capturados, muitos foram destruídos e alguns escaparam. A grande maioria dos gigantes foi morta por Miguel, Gabriel e pelo Dilúvio. Os espíritos dos nephalins retornaram à Terra após o Dilúvio, recuperando sua memória nas encarnações posteriores.

Nesse mesmo período, segundo a mitologia nórdica, Baldur é assassinado pelo deus cego Hodur, segundo as artimanhas de Loki. Baldur (ou Balder) era considerado o deus belo, abençoado pela deusa Frigga (esposa de Odin) com a promessa que nenhum ser de Paradísia poderia feri-lo, exceto a madeira de visgo. Durante um festival, os deuses divertiam-se atirando objetos e armas contra Baldur e assistindo as lanças e flechas desviarem-se do guerreiro.

Loki encontrou o velho Hodur sentado em um banco e perguntou a ele se também desejaria atirar algo contra Baldur. Hodur concordou e Loki preparou-lhe uma flecha de visgo, que Hodur disparou contra Baldur, matando-o.

Com sua morte desonrada, Baldur desceu ao Nono Círculo do Inferno, morada de Hel, a deusa da Morte. Os deuses pediram, então, que todas as coisas e criaturas existentes na Terra chorassem por Baldur. O Dilúvio ocorreu como resultado dessa tentativa de libertar Baldur das garras da deusa da morte, quando os deuses choraram.

Nesse mesmo período, Zeus também ordenou um dilúvio, assim como Elil, Vishna, Poseidon e outros deuses, por diversos motivos conhecidos e explicados em cada uma das mitologias... De acordo com muitos sábios da Quaballa, a única entidade na Orbe capaz de arquitetar e coordenar todas essas ações e reações (todas elas feitas por deuses!) para que todos os dilúvios acontecessem ao mesmo tempo, foi o Ancião dos Tempos.

E assim foi realizado...

A Destruição de Atlântida

Ainda segundo Platão, a ilha de Atlântida foi destruída por uma briga entre Cleto e Poseidon, por razões que o filósofo não terminou de descrever em seu texto "Critias". Muitos criticam essa versão, alegando que essa briga não foi a verdadeira causa da destruição de Atlântida, mas uma guerra entre alguns poderosos feiticeiros da Atlântida e do Continente Negro de Um, que originou um Dilúvio.

Sabe-se que a destruição da Atlântida aconteceu em conjunto ao grande Dilúvio, provavelmente como consequência de uma trama muito maior, mas que as almas de muitos híbridos filhos de atlantes e humanas voltaram à Terra posteriormente (nephalins é o termo utilizado pela Bíblia para os filhos dos anjos da Cidade de Prata com humanos; outras religiões utilizam outros nomes para descrever os híbridos).

Os sábios de Atlântida, em especial a princesa chamada Seyfried e os magos Galesh e Jarr, fundaram uma sociedade secreta na Grécia, ligados a Platão e outros filósofos mais de dois mil anos depois. Os espíritos desses poderosos feiticeiros passaram a reencarnar em novos e diferentes corpos, inventando fórmulas e métodos de se reencontrarem a cada encarnação, para continuarem suas pesquisas e seus estudos. Foram chamados de Magos Atlantes.

As Pirâmides

Após o período do Dilúvio, os egípcios dominaram a região colonizada pelos filhos de Cam (um dos três filhos de Noé). Em 2.205 A.C. foram erguidas as três pirâmides mais famosas (Quéops, Quéfren e Miquerinos) formando uma ligação permanente entre a Terra e a Cidade Dourada de Rá. Existem ao todo cerca de vinte pirâmides nos desertos do Norte da África, mas as outras foram há muito engolidas pela areia.

Outras teorias afirmam que a maioria dessas pirâmides já existia desde 8.000 A.C. e que os faraós terrestres apenas gravaram seus nomes sobre estruturas já existentes, que faziam a ligação da Terra com o mundo espiritual há muitos séculos.

Nesse período, os deuses gregos e egípcios eram as mais poderosas criaturas a caminhar na Terra. Zeus tornou-se soberano dos céus, venerado pelos deuses e pelos mortais de toda a Grécia e Mediterrâneo. Hades, seu irmão, desceu ao inferno em 2.000 A.C. para tomar o domínio do Reino de Tártaro, conforme acordo com seus irmãos e Poseidon unificou os domínios dos mares da Terra e de Paradísia.

Os habitantes da Cidade Dourada de Rá (não usamos o termo "anjos" porque esse termo refere-se apenas aos habitantes da Cidade de Prata) fizeram muitas experiências no Egito, principalmente na região do Cairo. Entre as que ficaram para a posteridade encontram-se um crânio perfeito de cristal e a coluna feita de um metal que nunca enferrujou (muitas teorias atuais, principalmente o livro Eram os Deuses Astronautas? de Erich von Daniken, que dizem que foram extraterrestres que deixaram essas relíquias, de certa forma, estão certas).

Ísis E Osíris

As mais antigas sociedades secretas de que se tem notícia foram formadas pelos iniciados nos mistérios religiosos, descendentes de facções da Quaballa, mas que mantinham basicamente os mesmos ensinamentos que os Magos Atlantes e os Sephiroth. Ísis e Osíris eram os deuses egípcios mais ligados à Magia e como apenas os sacerdotes e as castas mais ricas e influentes do Egito tiveram acesso aos templos e aos deuses, as sociedades secretas tornaram-se elites dentro da sociedade egípcia.

Os magos-sacerdotes aprendiam nos primeiros anos os segredos da própria religião: a Roda dos Mundos e como retirar energia de seu fluxo para realizar feitos miraculosos.

Em seguida, ao longo de anos e anos de treinamentos, os clérigos aprendiam a manipular as Formas-Pensamento dos servos para fortalecer ainda mais o poder dos deuses aos quais prestavam veneração.

Após o descortinamento dessas informações, os sacerdotes aprendiam a preservar estes segredos dos profanos (o nome que os magos dão aos não-iniciados), sob pena de morte e outros castigos piores.

O culto a Ísis e Osíris viajou por todo o mundo conhecido, onde ocorreu a fusão dos conhecimentos da deusa-lua e do deus sol com os conhecimentos de outras seitas, formando diversas sociedades secretas que seriam mais tarde eliminadas em guerras pela manutenção do poder.

Moisés

Até esse período da História, a Cidade de Prata estava envolvida com seus próprios problemas internos e não se manifestou na Terra, salvo pela visita esporádica de anjos Recíperes, embaixadores ou exploradores, mas o Conselho da Cidade de Prata ficou preocupado com o poder que as sociedades secretas estavam conseguindo através da Forma-Pensamento dos escravos e escolheram o mago chamado Moisés, da Ordem de Yamesh, para retirar os israelenses das mãos do Faraó e de seus sacerdotes e levá-los à Terra Prometida. O Demiurgo conversou com Moisés e explicou a ele sua missão (Êxodo 4:1-17).

Moisés conversou com o Faraó e explicou a ele as ordens do Conselho da Cidade de Prata. O Faraó Ramsés negou a Moisés o cumprimento da Ordem e, para convencê-lo, Jeovah castigou impiedosamente o reino do Faraó com dez pragas, uma mais terrível que a outra, até os diplomatas da Cidade Dourada de Rá cederem às demandas do Conselho.

Moisés atravessou o deserto com os israelitas, realizando diversos milagres nessa travessia. Entre os milagres estavam: a Chuva de Maná, a travessia do Mar Vermelho (com a ajuda do espírito de Yamesh) e a destruição do Bezerro de Ouro.

No século XV A.C., Moisés recebeu duas tábuas contendo os sagrados Dez Mandamentos da Cidade de Prata, para aplicar ao povo que o seguia. Josué, sucessor de Moisés, cruzou a Jordânia, estabeleceu os israelitas na Terra Prometida e dividiu o país em doze tribos.

O Mundo Grego

A Grécia começou a desenvolver-se a partir desse período, quando os deuses olímpicos descobriram os Rituais de passagem de Olympus para o monte Olimpo, na região onde hoje está a Turquia. Esse primeiro período tornou-se muito conturbado, com a proliferação de monstros terríveis e criaturas que devastavam as vilas, aproveitando as brechas dimensionais para atravessarem os Reinos de Spiritum e proliferarem pela Terra. Heróis como Perseu, Hércules e os Argonautas auxiliaram os exércitos das cidades-estados na destruição e captura de criaturas mitológicas.

A maioria dos deuses e deusas da mitologia grega veio até a Terra pelo menos uma ou duas vezes nesse período e não era incomum o envolvimento dessas entidades em assuntos mortais, muitas vezes terminando em relacionamentos com eles e até mesmo gerando filhos (chamados semideuses).

Arcádia

O episódio Arcádia aconteceu mais ou menos nessa época. Existia uma parte da Grécia chamada Licânia, governada por um soberano chamado Licaon, que possuía diversas esposas (humanas e ninfas) e cinquenta filhos e filhas.

As terras de Licaon estavam entre as mais prósperas do continente até que, certa vez, Zeus e Hera estavam viajando pela Grécia disfarçados de mortais e resolveram pedir abrigo na fortaleza de Licaon. Rei bondoso e justo, Licaon concedeu aos viajantes um local para que se hospedassem.

Mas seus filhos duvidaram da palavra de Zeus. Arrogantes, acharam que Zeus não era verdadeiramente um deus, mas sim um farsante e pretendiam desmascará-lo na frente do pai. Os filhos mais velhos vasculharam as ruas da cidade principal e encontraram uma criança vagando pelas ruas, mataram-na e cozinharam sua carne, servindo-a no banquete aos dois deuses. Segundo as lendas, essa criança era Árcade, um filho de Zeus com uma ninfa (alguns escritores trágicos colocam tal escolha "aleatória" como sendo influenciada por Hera, como castigo à mãe de Árcade, amante de Zeus).

Zeus percebeu imediatamente o que estava acontecendo e ficou furioso com a família de Licaon. Durante o banquete, os deuses transformaram todos os cinquenta filhos de Licaon em lobos e os amaldiçoou, banindo a região inteira da face da Terra.

Dezessete dos descendentes de Licaon eram filhos dele com ninfas ou semideusas e portanto, imortais. Esses dezessete formaram os primeiros vampiros da raça Vrikolakas, nomeados em homenagem ao primogênito de Licaon, Vrikol. Os outros filhos espalharam-se pela Terra e deram origem às lendas sobre os lobisomens.

O espírito de Árcade conseguiu reunir a essência vital do reino de Licaon e mesclá-lo à sua própria, criando um semiplano em Spiritum chamado Arcádia, lar das criaturas míticas. Licaon permaneceu como soberano desse novo reino fantasma.