O Universo de Trevas

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Informação é poder. A primeira sociedade secreta apareceu quando as primeiras entidades descobriram que a informação completa da verdade traria o controle sobre os humanos que não a tivessem.


A Roda dos Mundos

Uma das primeiras lições que os magos iniciados nas escolas de Magia aprendem é a respeito da Roda dos Mundos, o nome dado ao mecanismo astral responsável pela evolução dos mundos espirituais e que está dividido dentro do sistema solar em nove engrenagens, chamadas orbes.

Estas gigantescas engrenagens invisíveis envolvem todo o universo, decretando o nascimento e a morte dos mundos. A Terra onde nós vivemos faz parte da terceira orbe solar, também chamada Satânia, junto a seus planos irmãos Paradísia e Arkanun.

De acordo com a história da Cidade de Prata, como ela nos é contada, o universo como conhecemos passou a existir quando Jeovah (também chamado pelos estudiosos de Demiurge ou Demiurgo) rompeu a barreira que separa Éden de Paradísia, fundando a grande Cidade de Prata, lar dos anjos alados. O que havia antes disso, ninguém ao certo sabe a verdade.

Além do Demiurgo, outro nome é conhecido dos estudiosos do reino do Reino Astral: o Ancião dos Tempos. Sabe-se que essa poderosa entidade é mencionada nas escrituras como já existente naquela época, mas nenhum sábio jamais conseguiu encontrar sua verdadeira origem.


A Primeira Sociedade Secreta

A primeira sociedade secreta surgiu quando Lúcifer, o mais lindo e poderoso anjo dos céus, decidiu organizar seu manifesto pela liberdade.

Lúcifer ainda era o comandante de todos os anjos naquela época, adorado por todos os espíritos da criação. Viu a construção da Terra se desdobrar diante de seus olhos. Viu a criação dos homens, dos homens e das plantas. Viu um mundo que poderia ser seu para governar. Junto a seus principais marechais, Moloch, Chemos, Baalim, Astoreth e Thammuz, formou as bases de exército que arregimentaria um terço dos anjos da Cidade de Prata e tentaria tomar o poder das mãos do Demiurgo.

Então Lúcifer fez o impensável: desafiou o poder de Deus.

Segundo o poeta John Milton, a morada dos primeiros Anjos era chamada de Castelo Oostegor, ou Malek. Um castelo de proporções gigantescas, aproximadamente do tamanho de uma metrópole do século XI na Terra, e apenas inferior em tamanho ao Castelo Júpiter, lar dos Anjos altíssimos.

Oostegor foi a base da rebelião dos primeiros anjos.

Sentado junto a seus marechais, Lúcifer tramou a primeira de todas as rebeliões...


A Primeira Rebelião

Enfrentando o dobro de suas forças, os anjos rebeldes conseguiram derrotar as falanges de Miguel e tomar o Castelo Júpiter. Tropa após tropa, todos os anjos principais do céu tombaram diante dos ataques de Lúcifer e seus exércitos.

Quando as falanges finalmente tentaram tomar o Solarium, a Grande Sala dos Altíssimos, encontraram Christos, filho do Demiurgo, sentado à direita do Pai. Naquela época, Christos era conhecido apenas como "Lumen Filliis" (o Filho Iluminado). Christos ergueu uma espada brilhante como mil sóis e enfrentou Lúcifer e seus anjos sozinho. A luta prolongou-se por uma eternidade e os espíritos mais antigos dizem que o universo brilhou nesse dia e depois escureceu para sempre.

Após a queda de Lúcifer, o Castelo Oostegor foi destruído, mas alguns dizem que partes do castelo ainda podem ser vistas na faixa de asteroides entre os planetas Marte e Júpiter. Dos Campos de Marte, na Cidade de Prata, pode-se ainda avistar as ruínas do fabuloso castelo, assim como do Nono Círculo do Inferno, morada atual de Lúcifer.


Os Outros Deuses

Após a vinda do Demiurgo, os deuses Gaea (Gaia, a mãe Terra) e Uranus (o pai, o céu) foram as próximas entidades a cruzar a fronteira espiritual entre Éden e Paradísia. Tiveram ao todo doze filhos, chamados de Titãs por causa de seu imenso tamanho e poder e povoaram partes de Paradísia. Um de seus filhos, Chronos, também se rebelou contra seu pai Uranus e, assim como Lúcifer, combateu seu criador.

Armado com a Lança do Destino confeccionada por Gaea, Chronos castrou Uranus e arremessou seus testículos para a Terra, onde as espumas formadas pelo sêmen e pelas águas do mar deram origem à deusa Afrodite, a mais antiga deusa a pisar na Terra, cerca de dez mil anos atrás.

Após a derrota e banimento de seu pai, Chronos assumiu o domínio da região sul de Paradísia, junto a seus irmãos Titãs (Oceanus, Tethys, Hyperion, Theia, Coeus, Phoebe, Rhea, Mnemosyne, Themis, Crius e Iapetus) e juntos governaram a Terra por muitos séculos, na chamada Era de Ouro da Terra. Chronos (que muitos sábios afirmam ser apenas outra forma do Ancião dos Tempos) teve diversos filhos com Rhea, entre os quais Réstia, Deméter, Hera, Zeus, Hades e Poseidon.

Alertado por um Oráculo de Spiritum de que seria derrotado por seu filho mais jovem, Chronos decidiu devorar toda sua prole, para impedir que a previsão do Oráculo se realizasse. Sobre esse capítulo da história grega, muitos sábios acreditam que foi o próprio Chronos quem avisou a si mesmo no passado, sobre sua derrota para Zeus.

Rhea, quando seu sexto filho homem nasceu, decidiu escondê-lo do pai, moldando com seus poderes mágicos uma pedra na forma da criança. O deus verdadeiro foi enviado para a distante Ilha de Creta, onde foi criado pelos demônios conhecidos como Dáctilos até que atingisse a idade adulta e pudesse atacar seu pai.

Zeus, com a ajuda dos Centimanos (gigantes com cem braços e cinquenta cabeças que vivem no Olympus), atacou os Titãs e os derrotou, aprisionando-os na região que mais tarde seria conhecida como Inferno. Em seguida, libertou seus irmãos do ventre de seu pai e tomou a cidade de Olympus como morada. Casou-se com Hera, sua irmã e passou a governar os chamados deuses olimpianos.

Apesar de relativamente próximas, a Cidade de Prata e Olympus quase nunca travaram contato desde a primeira rebelião de Lúcifer até a tomada do Olympus por Zeus. O primeiro contato entre as duas regiões ocorreu por volta de 7500 A.C., com a chegada do mensageiro dos deuses gregos Hermes à Cidade de Prata.


Deuses Egípcios

Khepera foi um dos próximos deuses a cruzar a barreira entre os dois planos celestiais. Deus besouro, construiu sua morada no Deserto de Dudael, afastado ao sul de Paradísia, a muitos dias de viagem da região onde está localizada a Cidade de Prata.

De suas próprias lágrimas, Khepera criou (por isso o símbolo de Rá é um olho lacrimejante) e todos os outros deuses que mais tarde seriam conhecidos como deuses egípcios. Em seguida, criou as imponentes Pirâmides de Dudael e a Cidade Dourada, onde passou a governar junto a seus filhos. Khepera desapareceu pouco tempo depois, nas areias do deserto e nunca mais foi encontrado.

Rá, filho mais velho, sentia-se muito solitário e criou os deuses Maat, Nut e Thot para lhe fazerem companhia. Com a deusa Nut teve cinco filhos: Osíris, Haroeris, Set, Ísis e Nephtys. Os deuses Set e Nephtys também tiveram um filho, Anúbis, o deus de cabeça de chacal, guardião dos mortos e coordenador das almas egípcias de Spiritum.

A pirâmide dourada e a Cidade Dourada de Rá tiveram uma convivência pacífica com Olympus e com a Cidade de Prata, com troca de informações, Rituais e Magias entre os diplomatas dessas cidades.


Metrópolis

Com o enfraquecimento da barreira entre Éden e Paradísia, outros deuses mais fracos conseguiram atravessar o portal para Paradísia também. Bel Meridath e Leviathan foram exemplos desses deuses que cruzaram a barreira entre Éden e Paradísia em 10.000 A.C.

A luta entre o deus da luz e o dragão baleia da escuridão marcou Paradísia com o brilho de cem estrelas e foi narrado em diversas mitologias antigas, principalmente na região da Mesopotâmia. Inimigos mortais por incontáveis eras, Bel Meridath enfrentou Leviathan ainda no Éden, conseguindo forçar o demônio à queda para um plano inferior...

Apesar de considerado um dos mais poderosos demônios que já habitaram a Orbe Terrestre, Leviathan perdeu a batalha contra Bel Meridath e foi derrubado dos céus sobre Paradísia, causando um grande cataclismo. Sua queda abriu uma cratera gigantesca, chamada pelos anjos mais antigos de "O Fosso", tão profunda que é impossível enxergar seu fim.

Do ventre amaldiçoado do deus-baleia Leviathan nasceram 823.543 (7 elevado à sétima potência) Keepers, que escalaram as bordas do Fosso como uma verdadeira horda de seres abomináveis, até onde seria erguida a cidade de Metrópolis. O nome "keeper" foi dado por São Estêvão em 35 D.C. e significa "guardião" ("Keepers of Leviathan", no original).

Criaturas hediondas, os Keepers lembram anjos disformes e obesos, com asas deformadas e rasgadas, geralmente apenas com os ossos à mostra. Seus dentes afiados e seus olhos vazios são uma caricatura doentia da beleza dos anjos de Paradísia.

Os anjos deformados organizaram uma gigantesca cidade fortificada, trabalhando sem parar durante sete mil anos. As bordas do Fosso formam 7.777 "dentes", ao redor da cidade de Metrópolis, com forma muito semelhante às mandíbulas de um tubarão. A cidade de metal negro está construída dentro dos penhascos ao redor do fosso e muitas partes estão construídas sobre o fosso, com torres, palácios, edifícios com centenas de andares, castelos e milhares de mausoléus, onde estão enterradas as mais hediondas criaturas geradas pela alquimia dos Keepers e pelas mutações impostas pelos campos energéticos do Fosso. Esses mausoléus guardam os chamados "Deuses Mortos".

Metrópolis também é chamada de Necrópolis, ou de Lanka, Cidade dos Mortos, venerada na antiga Índia. Sua localização física está disposta sobre a cordilheira do Tibet, o que explica o clima gélido ao redor da cordilheira onde estão localizadas as 7.777 torres.

A visão para o viajante de Paradísia é assustadora. Após caminhar por dias em espessa neve, enfrentando temperaturas extremas, o peregrino irá se deparar com torres de metal negro que alcançam o céu, formando uma enorme boca de tubarão. Uma vez atravessando os portões externos, a temperatura dentro da cidade é amena (ficando cada vez mais quente, conforme se aproxima do Fosso e das estruturas construídas em seu interior).

Os diplomatas de Metrópolis foram enviados para as cidades conhecidas na época, que não viram com bons olhos seus irmãos deformados de corpo e alma, mas não tiveram outra escolha senão tentar uma convivência pacífica.


A Quaballa

Entrelaçando todos os mundos da Orbe Terrestre (incluindo Arkanun, Terra, e Paradísia) está Yggdrasil, a Árvore da Vida. Nenhum sábio conseguiu explicar totalmente seu funcionamento, mas sabe-se que a árvore está relacionada com a Roda dos Mundos e com suas engrenagens dentro desse mecanismo celestial. Aquele que dominar os caminhos da Roda dos Mundos, dominará a Orbe completamente.

Após a descoberta dessa árvore pelos habitantes de Aasgard (os deuses nórdicos que vivem ao norte de Paradísia), Hermes e seus companheiros de falange, em um total de onze arcanjos, foram enviados pelo Olympus e pela Cidade de Prata como diplomatas para analisar e descobrir os poderes da Árvore do Mundo.

Esses anjos foram escolhidos entre os mais antigos Recíperes e Nimbus da Cidade de Prata e são eles: Keter (a coroa), Hochma (a sabedoria), Binah (a compreensão), Hesed (a misericórdia), Giburah (a força), Tieferet (a beleza), Netzach (a vitória), Hod (o esplendor), Yesod (a fundação) e Malkuth (o reino). Cada um deles tornou-se responsável por um ramo da Árvore da Vida e a ela foi dado o nome de Quabal ou Quaballa. Os dez arcanjos denominaram-se Sephirah (no plural, Sephiroth), os guardiões da Árvore da Vida.

O décimo primeiro arcanjo, Chorozon, vislumbrou por acidente o ramo proibido da Árvore, chamado Daath (ou Da'at) e acabou se corrompendo. Destruído nesse processo, seu espírito encontrou conforto nos Reinos Infernais, onde viviam Lúcifer e Shaitan. No Inferno, ensinou a alguns demônios escolhidos por ele (chamados mais tarde de Qliphoth) as mesmas regras de Magia que os arcanjos aprenderam, para que pudessem se opor aos Sephiroth.

Muitos sábios argumentam que Chorozon descobriu a verdade por trás da Roda dos Mundos e, por isso, tornou-se um proscrito da Cidade de Prata, sendo caçado e quase destruído, tendo de se refugiar no Inferno sob a proteção de Lúcifer para poder sobreviver e que teria fundado o Qliphoth como uma maneira de alertar os outros magos a respeito do perigo de se estudar a Árvore da Vida.

A Quaballa tornou-se uma ordem secreta de anjos dentro da Cidade de Prata, conhecida apenas pelos anjos ligados a Hermes, ao recípere Samyaza e aos dez Sephiroth. Esse conhecimento místico chegou aos humanos através de um personagem muito famoso entre os anjos, o próprio Samyaza.


Atlântida

O grande filósofo Platão, na Antiga Grécia, foi o primeiro a escrever sobre esta lendária ilha localizada no local que mais tarde ficaria conhecido como Triângulo das Bermudas.

Cerca de dez mil anos atrás, o deus dos mares Poseidon, Nativo de Olympus, criou uma ilha maravilhosa para sua amante Cleto, que muitos diziam ser uma mortal, mas que na verdade era filha dos deuses gregos com mortais. Essa ilha era governada por uma grande cidade, de nome Atlântida, localizada em seu coração. Poseidon criou a ilha como um grande presente e dividiu-a entre seus dez filhos, nomeando-a em homenagem a seu primogênito: Atlas (não relacionado com o gigante que segurava os céus, também da mitologia grega).

A destruição de Atlântida acontece milênios mais tarde, junto com o Dilúvio, por obra de uma conjunção de atos de uma dezena de deuses, coordenados pelo ancião dos tempos, o anjo mais velho de Paradísia (Ver ANJOS: A CIDADE DE PRATA para detalhes).

Quando Atlântida foi destruída, seus habitantes, por serem quase todos filhos de deuses e humanos, ficaram presos no plano espiritual da Terra, condenados a reencarnarem em novos corpos humanos. Outros tiveram suas essências capturadas por demônios e aprisionadas em cristais que foram usados como fonte de energia mística durante milênios.


Os Nephalins

Após os primeiros estudos da Árvore da Vida, a Quaballa passou a dominar boa parte da política na Cidade de Prata e entre os deuses menores que viviam em Olympus. Não chegava a ser influente o suficiente para afetar decisões tomadas por Christos ou Zeus, mas conseguia desviar esforços e recursos para mais estudos sobre as propriedades da Magia, que eram divididos apenas entre os integrantes dessa sociedade.

O primeiro embaixador do Olympus na Cidade de Prata foi o próprio Hermes que, em conjunto com Samyaza, desenvolveu a primeira versão dos Caminhos e das Formas de Magia, a partir do desenho esquematizado da disposição da Árvore da Quaballa. Os dois aprimoraram os conhecimentos e os ensinamentos a muitos anjos, milênios atrás.

Nesse mesmo período, os anjos da Cidade de Prata enamoraram-se das filhas dos mortais, que eram muito belas. Ao contrário dos deuses nórdicos, gregos e egípcios, que permitiam a seus guerreiros compartilharem a cama com os mortais, Jeovah, governante da Cidade de Prata, proibiu os anjos alados de se deitarem com as filhas de humanos.

Samyaza e sua falange, composta de 200 anjos rebeldes, decidiram descer à Terra para fornicar com as mulheres mortais. Esses duzentos anjos eram liderados por Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Ramuel, Danel, Azkeel, Sarakmyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael e Arazael, mas entre os anjos rebeldes estavam também deuses de Olympus, de Aasgard e de Ur.

Em 4.500 A.C., os anjos desceram ao Monte Aradis e espalharam-se pelo mundo, dando origem à raça dos seres híbridos chamados gigantes ou Nephalins. Os gigantes eram criaturas de imensa estatura, capazes de chegar a até dez metros de altura, que devoravam e destruíam tudo em seu caminho. Os nephalins nasceram como humanos normais em todos aspectos, exceto um: eles mantinham boa parte das memórias de todas as suas encarnações anteriores, sendo incapazes de esquecer o que haviam aprendido (de uma maneira muito semelhante à maldição dos feiticeiros de Atlântida).


O Dilúvio

Infelizmente, os anjos não previram um grande problema, que custou a sua ruína. Os gigantes tornaram-se criaturas ensandecidas e destroçavam tudo o que estava em seu caminho e o clamor das almas destruídas chegou aos céus. Miguel, Gabriel, Suryal e Uriel baixaram seus olhares para a Terra e viram o sangue que corria pelos campos. Sob comando divino, o Dilúvio cobriu a Terra (ou a parte da Terra onde se passa esta história), destruindo os gigantes e os nephalins. Os anjos foragidos foram capturados e mantidos enterrados no Abismo por setenta gerações. Depois, foram acorrentados pelas mãos e pés no deserto de Dudael, condenados a sofrer sob o fogo brando até o dia do Juízo Final.

Dos duzentos anjos, 127 foram capturados, muitos foram destruídos e alguns escaparam. A grande maioria dos gigantes foi morta por Miguel, Gabriel e pelo Dilúvio. Os espíritos dos nephalins retornaram à Terra após o Dilúvio, recuperando sua memória nas encarnações posteriores.

Nesse mesmo período, segundo a mitologia nórdica, Baldur é assassinado pelo deus cego Hodur, segundo as artimanhas de Loki. Baldur (ou Balder) era considerado o deus belo, abençoado pela deusa Frigga (esposa de Odin) com a promessa que nenhum ser de Paradísia poderia feri-lo, exceto a madeira de visgo. Durante um festival, os deuses divertiam-se atirando objetos e armas contra Baldur e assistindo as lanças e flechas desviarem-se do guerreiro.

Loki encontrou o velho Hodur sentado em um banco e perguntou a ele se também desejaria atirar algo contra Baldur. Hodur concordou e Loki preparou-lhe uma flecha de visgo, que Hodur disparou contra Baldur, matando-o.

Com sua morte desonrada, Baldur desceu ao Nono Círculo do Inferno, morada de Hel, a deusa da Morte. Os deuses pediram, então, que todas as coisas e criaturas existentes na Terra chorassem por Baldur. O Dilúvio ocorreu como resultado dessa tentativa de libertar Baldur das garras da deusa da morte, quando os deuses choraram.

Nesse mesmo período, Zeus também ordenou um dilúvio, assim como Elil, Vishna, Poseidon e outros deuses, por diversos motivos conhecidos e explicados em cada uma das mitologias... De acordo com muitos sábios da Quaballa, a única entidade na Orbe capaz de arquitetar e coordenar todas essas ações e reações (todas elas feitas por deuses!) para que todos os dilúvios acontecessem ao mesmo tempo, foi o Ancião dos Tempos.

E assim foi realizado...


A Destruição de Atlântida

Ainda segundo Platão, a ilha de Atlântida foi destruída por uma briga entre Cleto e Poseidon, por razões que o filósofo não terminou de descrever em seu texto "Critias". Muitos criticam essa versão, alegando que essa briga não foi a verdadeira causa da destruição de Atlântida, mas uma guerra entre alguns poderosos feiticeiros da Atlântida e do Continente Negro de Um, que originou um Dilúvio.

Sabe-se que a destruição da Atlântida aconteceu em conjunto ao grande Dilúvio, provavelmente como consequência de uma trama muito maior, mas que as almas de muitos híbridos filhos de atlantes e humanas voltaram à Terra posteriormente (nephalins é o termo utilizado pela Bíblia para os filhos dos anjos da Cidade de Prata com humanos; outras religiões utilizam outros nomes para descrever os híbridos).

Os sábios de Atlântida, em especial a princesa chamada Seyfried e os magos Galesh e Jarr, fundaram uma sociedade secreta na Grécia, ligados a Platão e outros filósofos mais de dois mil anos depois. Os espíritos desses poderosos feiticeiros passaram a reencarnar em novos e diferentes corpos, inventando fórmulas e métodos de se reencontrarem a cada encarnação, para continuarem suas pesquisas e seus estudos. Foram chamados de Magos Atlantes.


As Pirâmides

Após o período do Dilúvio, os egípcios dominaram a região colonizada pelos filhos de Cam (um dos três filhos de Noé). Em 2.205 A.C. foram erguidas as três pirâmides mais famosas (Quéops, Quéfren e Miquerinos) formando uma ligação permanente entre a Terra e a Cidade Dourada de Rá. Existem ao todo cerca de vinte pirâmides nos desertos do Norte da África, mas as outras foram há muito engolidas pela areia.

Outras teorias afirmam que a maioria dessas pirâmides já existia desde 8.000 A.C. e que os faraós terrestres apenas gravaram seus nomes sobre estruturas já existentes, que faziam a ligação da Terra com o mundo espiritual há muitos séculos.

Nesse período, os deuses gregos e egípcios eram as mais poderosas criaturas a caminhar na Terra. Zeus tornou-se soberano dos céus, venerado pelos deuses e pelos mortais de toda a Grécia e Mediterrâneo. Hades, seu irmão, desceu ao inferno em 2.000 A.C. para tomar o domínio do Reino de Tártaro, conforme acordo com seus irmãos e Poseidon unificou os domínios dos mares da Terra e de Paradísia.

Os habitantes da Cidade Dourada de Rá (não usamos o termo "anjos" porque esse termo refere-se apenas aos habitantes da Cidade de Prata) fizeram muitas experiências no Egito, principalmente na região do Cairo. Entre as que ficaram para a posteridade encontram-se um crânio perfeito de cristal e a coluna feita de um metal que nunca enferrujou (muitas teorias atuais, principalmente o livro Eram os Deuses Astronautas? de Erich von Daniken, que dizem que foram extraterrestres que deixaram essas relíquias, de certa forma, estão certas).


Ísis E Osíris

As mais antigas sociedades secretas de que se tem notícia foram formadas pelos iniciados nos mistérios religiosos, descendentes de facções da Quaballa, mas que mantinham basicamente os mesmos ensinamentos que os Magos Atlantes e os Sephiroth. Ísis e Osíris eram os deuses egípcios mais ligados à Magia e como apenas os sacerdotes e as castas mais ricas e influentes do Egito tiveram acesso aos templos e aos deuses, as sociedades secretas tornaram-se elites dentro da sociedade egípcia.

Os magos-sacerdotes aprendiam nos primeiros anos os segredos da própria religião: a Roda dos Mundos e como retirar energia de seu fluxo para realizar feitos miraculosos.

Em seguida, ao longo de anos e anos de treinamentos, os clérigos aprendiam a manipular as Formas-Pensamento dos servos para fortalecer ainda mais o poder dos deuses aos quais prestavam veneração.

Após o descortinamento dessas informações, os sacerdotes aprendiam a preservar estes segredos dos profanos (o nome que os magos dão aos não-iniciados), sob pena de morte e outros castigos piores.

O culto a Ísis e Osíris viajou por todo o mundo conhecido, onde ocorreu a fusão dos conhecimentos da deusa-lua e do deus sol com os conhecimentos de outras seitas, formando diversas sociedades secretas que seriam mais tarde eliminadas em guerras pela manutenção do poder.


Moisés

Até esse período da História, a Cidade de Prata estava envolvida com seus próprios problemas internos e não se manifestou na Terra, salvo pela visita esporádica de anjos Recíperes, embaixadores ou exploradores, mas o Conselho da Cidade de Prata ficou preocupado com o poder que as sociedades secretas estavam conseguindo através da Forma-Pensamento dos escravos e escolheram o mago chamado Moisés, da Ordem de Yamesh, para retirar os israelenses das mãos do Faraó e de seus sacerdotes e levá-los à Terra Prometida. O Demiurgo conversou com Moisés e explicou a ele sua missão (Êxodo 4:1-17).

Moisés conversou com o Faraó e explicou a ele as ordens do Conselho da Cidade de Prata. O Faraó Ramsés negou a Moisés o cumprimento da Ordem e, para convencê-lo, Jeovah castigou impiedosamente o reino do Faraó com dez pragas, uma mais terrível que a outra, até os diplomatas da Cidade Dourada de Rá cederem às demandas do Conselho.

Moisés atravessou o deserto com os israelitas, realizando diversos milagres nessa travessia. Entre os milagres estavam: a Chuva de Maná, a travessia do Mar Vermelho (com a ajuda do espírito de Yamesh) e a destruição do Bezerro de Ouro.

No século XV A.C., Moisés recebeu duas tábuas contendo os sagrados Dez Mandamentos da Cidade de Prata, para aplicar ao povo que o seguia. Josué, sucessor de Moisés, cruzou a Jordânia, estabeleceu os israelitas na Terra Prometida e dividiu o país em doze tribos.


O Mundo Grego

A Grécia começou a desenvolver-se a partir desse período, quando os deuses olímpicos descobriram os Rituais de passagem de Olympus para o monte Olimpo, na região onde hoje está a Turquia. Esse primeiro período tornou-se muito conturbado, com a proliferação de monstros terríveis e criaturas que devastavam as vilas, aproveitando as brechas dimensionais para atravessarem os Reinos de Spiritum e proliferarem pela Terra. Heróis como Perseu, Hércules e os Argonautas auxiliaram os exércitos das cidades-estados na destruição e captura de criaturas mitológicas.

A maioria dos deuses e deusas da mitologia grega veio até a Terra pelo menos uma ou duas vezes nesse período e não era incomum o envolvimento dessas entidades em assuntos mortais, muitas vezes terminando em relacionamentos com eles e até mesmo gerando filhos (chamados semideuses).


Arcádia

O episódio Arcádia aconteceu mais ou menos nessa época. Existia uma parte da Grécia chamada Licânia, governada por um soberano chamado Licaon, que possuía diversas esposas (humanas e ninfas) e cinquenta filhos e filhas.

As terras de Licaon estavam entre as mais prósperas do continente até que, certa vez, Zeus e Hera estavam viajando pela Grécia disfarçados de mortais e resolveram pedir abrigo na fortaleza de Licaon. Rei bondoso e justo, Licaon concedeu aos viajantes um local para que se hospedassem.

Mas seus filhos duvidaram da palavra de Zeus. Arrogantes, acharam que Zeus não era verdadeiramente um deus, mas sim um farsante e pretendiam desmascará-lo na frente do pai. Os filhos mais velhos vasculharam as ruas da cidade principal e encontraram uma criança vagando pelas ruas, mataram-na e cozinharam sua carne, servindo-a no banquete aos dois deuses. Segundo as lendas, essa criança era Árcade, um filho de Zeus com uma ninfa (alguns escritores trágicos colocam tal escolha "aleatória" como sendo influenciada por Hera, como castigo à mãe de Árcade, amante de Zeus).

Zeus percebeu imediatamente o que estava acontecendo e ficou furioso com a família de Licaon. Durante o banquete, os deuses transformaram todos os cinquenta filhos de Licaon em lobos e os amaldiçoou, banindo a região inteira da face da Terra.

Dezessete dos descendentes de Licaon eram filhos dele com ninfas ou semideusas e portanto, imortais. Esses dezessete formaram os primeiros vampiros da raça Vrikolakas, nomeados em homenagem ao primogênito de Licaon, Vrikol. Os outros filhos espalharam-se pela Terra e deram origem às lendas sobre os lobisomens.

O espírito de Árcade conseguiu reunir a essência vital do reino de Licaon e mesclá-lo à sua própria, criando um semiplano em Spiritum chamado Arcádia, lar das criaturas míticas. Licaon permaneceu como soberano desse novo reino fantasma.


Magnus Petraak

Durante o período de desenvolvimento da cultura helenística, Magnus Petraak foi um dos primeiros magos de Arkanun a conseguir cruzar a barreira mística que separava o mundo morto da Terra. A princípio, ficou desorientado por alguns dias, enquanto os habitantes de uma vila próxima o tomavam por um dragão. Quando o campeão da vila, Acmones, veio enfrentá-lo, Petraak já havia conseguido comunicar-se com o guerreiro e expor suas intenções. Acmones levou o "dragão" até o Oráculo de Tebas, que conversou com ele durante dias até que um acordo fosse estabelecido.

Em poucas semanas, Petraak já estava instalado em uma fortificação próxima à cidade de Tebas e contava com o apoio e recursos do rei de Tebas, enquanto fundava a ordem dos Mistérios de Chronos, ou simplesmente a Casa de Chronos.

Em Arkanun, Magnus Petraak foi um dos magisters mais importantes da Ordem Mármore mas, quando chegou à Terra, decidiu fundar seu próprio círculo dos mistérios, com objetivos diferentes dos da Ordem original.

Essa Ordem, chamada Casa de Chronos, estava destinada a trazer o conhecimento para a humanidade, de modo que a Terra não acabasse árida e desprovida de energia mística como Arkanun. Para isso, seria necessário avisar a todos os magos sobre os perigos de se lidar com a energia da Roda dos Mundos e, talvez, eliminar aqueles que se opusessem a essa idéia.

Petraak conseguiu reunir cerca de vinte e cinco iniciados em sua ordem e logo espalhou-os por algumas cidades importantes como Tróia, Atenas e Delfos. Muitos filósofos e pensadores aderiram à Casa de Chronos, incluindo Pitágoras, Ptolomeu, Ovídio, Heitor e Homero. Alguns heróis e outros personagens gregos também auxiliaram a Casa de Crhonos vez por outra. A ordem encontrou aliados entre os magos atlantes e entre os discípulos do Templo de Ísis e Osíris.

Após a guerra de Tróia, outros demônios de Arkanun também conseguiram cruzar a barreira mística e fundaram suas próprias ordens secretas, algumas aliadas de Magnus, outras inimigas.


O Templo de Jerusalém

Enquanto os primeiros demônios de Arkanun fundavam suas ordens na Grécia, o grande mago Salomão, obedecendo aos desígnios do Demiurgo, construía o grande Templo de Jerusalém, em homenagem ao deus único. Salomão escreveu também diversos tomos de Magia, base de muitas sociedades místicas que surgiram a partir dessa data. É interessante notar que as raízes da magia utilizada tanto pelos magos do templo de Salomão quanto pelos magos estudiosos da Quaballa provinham da mesma fonte, descoberta e estudada por Hermes e Samyaza muitos milênios atrás.

O Templo Sagrado foi erigido com a ajuda de muitos híbridos, nephalins e cavaleiros e formou-se com a primeira versão da Ordem de Salomão, que mais tarde daria origem direta ou indireta a todas as ordens militares combatentes das criaturas sobrenaturais na Terra. Com a morte de Salomão, seu reino divide-se em dois: Judá e Israel.

Durante o reinado de Salomão, foi criado o Selo de Salomão, o desenho místico que reúne e representa os seis Caminhos Elementais da Magia (Fogo, Água, Terra, Ar, Luz e Trevas) e foram estabelecidos os seis primeiros diáconos, magos responsáveis pela organização dos feiticeiros dentro de uma cidade ou região.

Essa estrutura será utilizada por quase todas as cidades a partir de então, como forma de organizar e coordenar as atividades sobrenaturais pacíficas. Estava fundando o que seriam as bases da Arkanun Arcanorum.

Mais tarde, o Templo de Jerusalém foi destruído em uma rebelião, arquitetada pelos demônios de Arkanun (detalhes sobre o Templo de Jerusalém podem ser encontrados no livro TEMPLÁRIOS).

O Império Romano

Todo o processo de estruturação do Arkanun Arcanorum demorou décadas, séculos, para se organizar. Com a ascensão do Império Romano, todas as ordens místicas enviaram representantes para a grande metrópole, centro do mundo conhecido. Os gregos e os egípcios perderam muito do poder que possuíam, enquanto Alexandre, o Grande, conquistava quase todo o território conhecido em nome das ordens romanas.

A Ordem dos Cavaleiros Romanos foi a primeira tentativa organizada dos humanos em exterminar as criaturas demoníacas e angelicais que começavam a infiltrar-se dentro das castas dominantes.

Até Alexandre, os membros das sociedades místicas eram todos sacerdotes guerreiros, dedicados a um ou outro templo, mas a partir das legiões romanas, as ordens secretas foram divididas entre guerreiros e magos, para aprofundamento das capacidades de cada indivíduo dentro da organização. De certa forma, esse ato daria origem aos cavaleiros templários, quase mil anos após esta divisão.

Jesus

No ano 4 A.C., o Conselho decide que finalmente é hora de evoluir sua posição na Terra. Os homens estavam em um estado mais purificado agora e, depois das leis de Moisés, é chegada a hora de unificar as religiões da Terra na vontade do Demiurgo, governante da Cidade de Prata.

Para isso, Christos assume a forma humana, junto com outros seis membros do Conselho e nasce na Terra como um mortal, na cidade de Belém, em agosto de 4 A.C.

Antes da morte da forma física de Christos, o culto a Mitras, o deus Persa da luz, do fogo e da sabedoria, era de longe a religião mais importante de Roma, superando até mesmo as antigas religiões greco-romanas da Antiguidade. Mitras era adorado pelos exércitos legionários romanos e tinha conseguido sobrepujar até mesmo a influência dos deuses do Olympus, que estavam cada vez mais afastados da Terra.

Seu culto foi perdendo poder gradativamente, em parte pela repulsa das esposas dos senadores ao batismo de Mitras (que consistia em cortar um touro e banhar o neófito com seu sangue, representando o touro da virilidade e o sangue da guerra), preferindo o batismo calmo das águas de São João Batista.

Durante os primeiros três séculos após a morte de Christos, os chamados cristãos foram queimados e perseguidos pelos senados romanos, em especial pelos diáconos, que queriam a todo custo expulsar os anjos da Terra antes que fosse tarde demais.

Infelizmente, eles falharam.

A Expansão da Igreja

Após a morte de Jesus, São Pedro assume como o primeiro papa e, após a sua morte, retorna à Cidade de Prata como protetor dos Portais do Céu e como chefe dos exércitos de Luna, o maior distrito da cidade. São Linus assume como segundo papa e continua seu trabalho, apesar da enorme perseguição dos diáconos ao cristianismo.

Com a expansão romana, Mitras teve seu poder enfraquecido pelos anjos Nimbus da Cidade de Prata, até ser totalmente derrotado e banido para o Inferno, uma legião de soldados romanos mortos em batalhas o acompanhou. Até então o inferno não possuía nenhum tipo de organização militar, sendo um mero fosso demoníaco onde as criaturas indesejadas eram lançadas ou procuravam refúgio. O culto a Mitras foi o grande responsável pela militarização do Inferno e pela divisão dos demônios em legiões.

Por muito tempo, Christos e Mitras disputaram a hegemonia da religião em Roma, com a vitória de Christos no século III. Como troféu de vitória, a Igreja Católica usurpa a data de nascimento de Mitras (25 de Dezembro), assumida desde então como o nascimento de Jesus na Terra.


O Romanismo e a Ordem Mármore

O avanço lento e constante do cristianismo prossegue pela Europa até o século X. Enquanto isso, nos reinos Árabes, Al-Dyniha, o primeiro dos Veneráveis Mestres da Ordem Mármore de Arkanun, chega à Terra em 209 A.C., na cidade de Atenas. Durante quase quinhentos anos, expandiu os conhecimentos do Caminho da Terra pela Grécia, preferindo afastar-se dos territórios romanos. Fez acordos com seu antigo mentor, Magnus Petraak e expandiu a ordem para a Turquia e Oriente Médio, chegando até o leste da África.

Nesse período, os djinns (nome que os habitantes de Arkanun receberam dos membros da Ordem Mármore) auxiliaram os combatentes árabes e os Magos Petros a enfrentarem os anjos em seu território, mantendo a influência da Cidade de Prata e de Roma apenas nas fronteiras da Europa.

A função da Ordem Mármore do Oriente ocorre nessa época, tendo como membros fundadores os anjos que mais tarde se converteriam ao islamismo, em especial Khalid e Ismail.

Como a Roda dos Mundos gira na direção dos planos inferiores, onde as raízes de Yggdrasil são mais fortes, a Magia demoníaca torna-se mais eficaz para os humanos que a Magia Angelical e a humanidade passa a envolver-se com as artes arcanas com mais facilidade que as artes celestes.

Durante o século IV, é fundada pelos magos mais poderosos de cada um dos Caminhos Elementais existentes uma segunda versão do Arkanun Arkanorum ou A.'. A.'., uma sociedade de magos baseada nos princípios de Salomão, cujos objetivos principais são a exploração dos mundos astrais, a proteção dos centros de energia mística da Terra e a defesa da Terra dos seres sobrenaturais que a utilizam como campo de batalha.

A organização do Arkanun Arcanorum estabelece inúmeras fortalezas na Europa, com casamatas e grandes castelos em quase todas as cidades importantes, incluindo a fortaleza Aranis, na Tunísia, onde estão guardadas as tábuas com os dez mandamentos. Esta segunda versão do Arcanorum diferenciava-se da primeira versão por possuir magos de diferentes crenças (cristãos, hindus e pagãos) entre seus diáconos.


Os Nefheim e a Ordem Luft

Assim como nos Reinos Árabes, o Norte da Europa também foi palco de sangrentas batalhas entre os conquistadores romanos e os povos celtas e germânicos.

Os primeiros nephalins, ou híbridos, chamados de Neflheim pelos nórdicos, eram os filhos dos deuses nórdicos com mulheres mortais e deram origem a muitas ordens de magos (entre elas a Ordem de Luft, a mais poderosa ordem de magos da Europa até o século XV). Esses nephalins foram os responsáveis pela organização e pela liderança das tribos bárbaras, além da estruturação das Ordens de feiticeiros e bruxos que utilizavam a Magia Rúnica.

Criada em 788 D.C., a Ordem Cabalística de Luft era ligada ao norte com os magos da Rosa dos Ventos e à Europa com o Arkanun Arcanorum. Fundada por Kleper von Sunders, manteve seus magos unidos através de complexos Rituais de comunicação únicos e Magias de transporte instantâneo. Seus feiticeiros sempre foram muito unidos, apesar da grande predominância de Arianos e Nephalins. Entre seus magos principais, destacam-se Mathias Szakmary e Luigi Canterri. O próprio Odin chegou a fazer parte dos magos de Luft, assim como Thor e Baldur.

Dos nórdicos, os nephalins desceram pela Europa até chegarem à Índia, espalhando-se por todo o território, sem entrar em grandes conflitos com os governantes romanos. A maioria dos nephalins juntou-se aos cavaleiros templários e às ordens secretas de magos, de acordo com seus pontos de vista e, com o passar das gerações, reencarnando e mantendo suas memórias, tornavam-se veneráveis mestres facilmente, dando continuidade a seus planos originais.

Merlin

Merlin é o filho homem da união de um demônio Incubus e uma humana. Originalmente um druida, possuía muitos contatos com o reino de Arcádia e com a grande deusa Gaea. Foi conselheiro de quatro reis ingleses, incluindo Arthur de Pendragon e os ajudou a formar a Ordem dos Cavaleiros do Graal, um grupo de cavaleiros e magos responsável pela proteção da Bretanha e, mais tarde, do Santo Graal (o cálice que Jesus utilizou na última ceia).

Arthur morreu em 542 D.C. e seu corpo foi levado para Avalon (em Nova Arcádia) pela fada Morgana e ali foi enterrado junto a Guinevere, sua esposa e rainha. Sua alma reside em um castelo de Cristal (chamado Caer Wydr) em uma ilha rodeada de águas cristalinas e guardada por nove fadas.

Merlin permaneceu como protetor da Inglaterra, auxiliando vez por outra a ordem. Não gosta muito de política e nunca se entendeu direito com o Arkanun Arcanorum, desconfiando sempre das reais intenções dos "feiticeiros romanos". As lendas dizem que Merlin está ativo até os dias de hoje, auxiliando e protegendo grandes magos ingleses como John Dee e Aleister Crowley.


Maomé e o Grande Islã

No século VII D.C., o profeta Maomé foi o responsável pela unificação das tribos que viviam nos desertos árabes. Através do deus único e verdadeiro, Allah (protetor de todas as coisas justas e valorosas), originou-se a religião muçulmana, composta de valorosos guerreiros que muito contribuíram para segurar a expansão da Cidade de Prata nos Reinos Árabes.

Os exércitos de Maomé tomaram a cidade de Meca, que se tornou o centro mundial do islamismo e declarou a Guerra Santa contra os anjos da Cidade de Prata e os infiéis.

Seus discípulos herdaram a força e a coragem da Fé de Allah, organizando escolas, bibliotecas e centros de estudos. Durante o período de expansão, muito do que hoje usamos em astronomia, navegação e matemática foi desenvolvido pelos grandes sábios muçulmanos.


As Cruzadas e os Templários

Utilizando-se da formação original dos cavaleiros do templo, o Arcanorum desenvolveu um exército monástico para deter a expansão dos muçulmanos no continente e, ao mesmo tempo, proteger os peregrinos em seus caminhos de Roma e até Jerusalém.

Para essa finalidade, foram criadas as Cruzadas. Com o objetivo secundário (e secreto) de exterminar toda e qualquer criatura sobrenatural que estivesse sobre a Terra, as cruzadas avançavam sobre os territórios fronteiriços, angariando terras e um tesouro fabuloso.

Também foram treinados os hospitaleiros de Jerusalém (com o objetivo de proteger os peregrinos), que se estabeleciam nos chamados Hospitais, ou centros de atendimento.

Hugh de Payens e Robert de Craon eram dois dos maiores comandantes do Arcanorum e tornaram-se os dois primeiros grandes mestres templários, aproveitando o momento para conseguir apoio político dos anjos Nimbus da Igreja Católica (os mesmos que mais tarde planejavam atacar e destruir). "Um avanço de cada vez; avançar sempre" era o lema de algumas das primeiras Cruzadas.

Por causa do apoio (e interferência) da Igreja, algumas tropas começaram a caçar e destruir magos e alquimistas também, pois nem todos os comandantes dos templários pertenciam ao Arcanorum. Com o tempo, a ordem acabou dividindo-se em várias facções, algumas ligadas indiretamente à Igreja (caçadores de magos) e outras ligadas ao Arcanorum (caçadores de demônios e anjos). Isso naturalmente criava rivalidades e luta por interesses opostos. Muitas batalhas envolveram apenas templários em ambos os lados.


A Inquisição e as Bruxas

Terrível instituição criada sob o papado de Inocêncio II, manipulado pelos Nimbus para garantir que os heréticos fossem condenados e punidos (e, com sorte, localizar os grupos de templários traidores antes que tivessem poder suficiente para atacar a Igreja).

Em 1233 D.C., Gregório IX deu-lhe estatuto e ao mesmo tempo, declarou repressão à ordem dos dominicanos. A Inquisição tornou-se a principal instituição caçadora de magos que se utilizavam da força mística de Arkanun. Destruíram praticamente a metade dos demônios que estavam na Terra, bem como seus magos, adoradores e seguidores das outras religiões.

Em algumas investidas, foram amplamente auxiliados pelos templários influenciados pela Igreja; em outros pontos, enfrentaram resistência discreta da ordem.

Em 1257 D.C., em uma manobra dos anjos Corpore, o Papa Alexandre IV se recusa a incluir feitiçaria na categoria de heresia, mas em 1451 D.C. Nicolau V permitiu que a instituição interviesse nos assuntos de feitiçaria e magia. O papa Inocêncio VIII e seus sucessores reforçaram essa decisão em suas bulas.

Durante esse período, muitas vezes forças humanas dos anjos protetores e dos demônios de Arkanun tiveram de se aliar para impedir que fossem destruídos pelos inquisidores (para detalhes sobre esse período conturbado da Idade das Trevas, veja [Arkanun (RPG)|ARKANUN]).

A Igreja impunha seu poder através do medo e devido ao uso contínuo de Forma-Pensamento humana, criou-se o conceito de Inferno como o local onde os pecadores iriam caso cometessem algum pecado (e o conceito de pecado durante a Idade Média era muito amplo!). Essa crença auxiliou os demônios a configurar definitivamente o Inferno, como descrito pelo médium Dante Alighieri em sua obra, A Divina Comédia.

Esse foi um dos maiores erros dos estrategistas da Cidade de Prata, pois proporcionou aos habitantes do Inferno uma vasta casta de escravos enviados pela Forma-Pensamento dos fiéis, utilizáveis tanto como mão de obra na construção de suas fortalezas quanto para recrutar seus cavaleiros entre as almas encaminhadas ao Inferno; afinal de contas, onde estariam os melhores matadores senão entre os assassinos e onde estariam os melhores espiões senão entre os maiores ladrões?


A Ordem da Rosa e da Cruz

Os primeiros traços da Ordem da Rosa e da Cruz apareceram no Egito, por volta de 500 A.C. É uma das primeiras sociedades secretas, mas sua criação oficial data de 1615 D.C. Desde o século XIII D.C. os alquimistas já utilizavam as anotações secretas dos anjos, chegando até mesmo a decifrar o alfabeto enochiano, utilizado pelos anjos da Cidade de Prata em seus documentos.

Com o passar dos séculos, a irmandade foi sendo dividida em centenas de pequenas sociedades secretas, tanto por razões de perseguição religiosa, necessidade de expansão ou simples divergências políticas. Cada pequena subdivisão possui suas próprias regras e Rituais de iniciação.


A Idade das Trevas

O período onde os anjos Obscuri Nimbus (os anjos caídos da casta Nimbus) reinaram supremos na Terra, com a Inquisição caçando e destruindo praticamente todas as formas de Magia e cultura existentes no mundo central. Os portais para o Reino dos Céus fecharam-se definitivamente, sobrevivendo apenas um ou outro caminho; o mesmo aconteceu com o reino das fadas e dos espíritos.

Magos se isolavam cada vez mais e mantinham suas ordens cada vez mais escondidas. Os templários, por sua vez, tiveram de cair na marginalidade para poder combater os anjos e demônios com maior efetividade. Tornaram-se uma ordem secreta e dividiram-se em diversas organizações, espalhadas por toda a Europa. Do encontro dos templários com os árabes surgiram outras sociedades de assassinos, ansiosos por eliminar a maior quantidade de anjos católicos que conseguissem. Os principais representantes dos templários árabes são a Sociedade de Hassan e os Sarracenos.

Durante a idade das Trevas, castelos e igrejas góticas foram erguidas, em centenas de vilas medievais. A função de cada uma dessas vilas era a de se tornar uma base de operações e um portal direto para a Cidade de Prata, por onde os exércitos celestiais pudessem passar em caso de necessidade. Esses portais permaneciam fechados em tempo integral e somente poderiam ser acionados a partir de Paradísia.

Com a dissolução e posterior perseguição dos cavaleiros templários em 1314 D.C., quase toda a ordem foi obrigada a cair na clandestinidade para evitar a perseguição da Igreja. Acusados pelo Rei da França de serem satanistas e hereges, para que Avignon pudesse colocar as mãos em seu fabuloso tesouro, os cavaleiros templários foram obrigados a esconder-se das mãos poderosas da Inquisição e das milícias reais, apoiadas pelas criaturas sobrenaturais que estivessem infiltradas nessas cortes. Apesar dos esforços dos anjos e da Igreja, o tesouro verdadeiro dos templários NUNCA foi encontrado.

Escondidos principalmente na Espanha, Portugal e Escócia, os cavaleiros templários tornaram-se mercenários, cavaleiros contratados ou caçadores independentes. Com seus tesouros, não foi muito difícil montar novamente um império, desta vez como banqueiros ricos e empresários respeitáveis, utilizando-se da região do Flandres e do comércio de especiarias como fachadas para sua guerra sobrenatural.


A Peste Negra

Em 1348 D.C., os magos da Ordem Corrosiva lançaram um ataque aos anjos, igrejas e suas instituições. Utilizando-se de poderes de Infernun, eles lançaram sobre a Europa a peste bubônica, que destruiu quase um terço da população existente na época. Foi necessário um esforço conjunto de Merlin, Baskiatt, Aesclepius e Uriel para conseguir deter o avanço da peste e mesmo assim os Rituais demoraram quase quarenta anos para finalmente triunfar.

O mago infernalista Marcellus van Lexus, antigo Grão-Mestre da Rosa dos Ventos, quase destruiu Londres e Paris com um poderosíssimo Ritual abandonado desde a Antiguidade, chamado Hecatombe.

Este ataque dos magos corrosivos teve duas frentes de batalha. Uma em Londres, onde foram derrotados por Merlin e outra em Paris, onde os vampiros Strigoi e Ekimmu conseguiram transformar Filipe Valois, um dos Discípulos de Van Lexus, em um vampiro sob o total domínio dos Strigoi e frustrar os planos dos feiticeiros e necromantes temporariamente.

Os anjos e a Igreja conseguiram restabelecer o poder na Europa, principalmente após a intervenção do Serafim Armagnac, que conseguiu dividir a França em duas partes: a norte, governada pelo vampiro Valois e a sul, governada pelo próprio Armagnac e seus partidos políticos.


A Guerra das Duas Rosas

No ano de 1455 D.C., as duas principais facções da Rosacruz na Inglaterra, os Lancaster e os York começaram uma guerra de palavras que se desdobrou no campo místico, envolvendo a disputa pelo trono da Inglaterra, após a vitória dos magos ingleses sobre os anjos franceses.

Essa guerra durou cerca de 30 anos e ambos os lados da disputa sofreram pesadas baixas. O desgaste foi tamanho que um terceiro acabou se sobressaindo. Os Magos de Tudor, um grupo até então secundário chefiado por Henry Tudor, magister da Ordem do Graal. O feiticeiro assumiu o trono com o título de Henry VII (Henrique VII).


A Alemanha

Neste período, o Sagrado Império Germânico, conhecido hoje como Alemanha, viveu uma constante luta entre os imperadores, assistidos diretamente pelos magos, demônios e os papas. Essa luta deixou a Alemanha arrasada. Centenas de pequenos estados independentes surgiram e, através da Dieta, uma assembleia formada pelos chefes de cada vila, o imperador era proibido de formar um exército ou um tesouro nacional. Com isso, o domínio dos anjos e da Igreja na Alemanha ficou muito reduzido, deixando quase toda a política nas mãos dos mortais.

Por outro lado, as florestas germânicas sempre foram palco da batalha entre magos da Ordem de Luft e os magos da Tempestade, principalmente os arredores da Schwartzwald (Floresta Negra). São incontáveis as histórias de bruxas e outros seres lendários nas proximidades das vilas dessa região.

As sociedades secretas da Bavária, resultado das antigas ordens dos Cavaleiros Teutônicos, acabaram por destruir quase todos os seres de Arkanun que ainda permaneciam na região. Ao mesmo tempo, diversas relíquias e artefatos do tempo de Christos foram mantidas escondidas em igrejas todo esse tempo, o que tornou essa parte da Europa um terreno fértil para aventuras e problemas.

Do Século XVI D.C. vem a lenda de Fausto, um dos primeiros mortais a enganar um demônio maior, revelando algumas fraquezas nos contratos entre humanos e demônios.


A Península Ibérica e as Bruxas

Durante todo esse processo, Espanha e Portugal se tornaram propriedade absoluta da Inquisição. Bruxas, magos e demônios foram praticamente exterminados. Com o casamento de Fernando, rei de Aragão, com Isabel, rainha de Castela, a Igreja conseguiu a soberania de toda a península Ibérica, anexando o reino muçulmano de Granada.

Tomás de Torquemada foi provavelmente o maior inimigo que os demônios já encontraram sobre a Terra. Sob seu comando, mais de 300.000 pessoas queimaram nas fogueiras da Inquisição e boa parte dessas pessoas foi realmente culpada de alguma coisa.

O catolicismo passou a ser uma grande arma nas mãos dos governantes, que não hesitaram em utilizar a Inquisição para perseguir e destruir muçulmanos e judeus. Com o fortalecimento do estado e o desaparecimento dos dragões e outros monstros marinhos, removidos para Paradísia e Arkanun, tornou-se possível navegar mais uma vez com segurança nos oceanos. Começava a época das grandes navegações, com a viagem de Cristóvão Colombo à América em 1492 D.C.

Enquanto os navegadores avançavam sobre o novo continente, no interior da Espanha, os sabbats das bruxas descendentes das antigas Ordens das Menades gregas tentavam sobreviver. As feiticeiras passaram a realizar pactos com entidades de Infernun em troca de mais poder para resistir aos avanços do exército de Deus e boa parte da Ordem tornou-se corrompida de uma forma ou de outra. Os encontros entre essas brujas eram chamados de Aquelarre na região da Catalunha e os demônios Aquel e Leonardo foram as criaturas que mais ofereceram resistência à Inquisição, dando forças para que as bruxas enfrentassem os padres e inquisidores durante quase dois séculos.

Aquel refugiou-se em Barcelona, onde permaneceu à procura de uma relíquia chamada Ampulheta Romana, um artefato dos tempos de Christos que diziam ser capaz de paralisar o tempo, enquanto Leonardo permaneceu como grão-mestre dos sabbats, auxiliando as feiticeiras em seus Rituais mais complexos.

As ordens ibéricas mais poderosas eram a Ordem de Luvithy, as Brujas, os magos da Ordem Mármore (vindos com os guerreiros muçulmanos durante as invasões) e a Irmandade de Tenebras.


O Renascimento

Com os anjos Nimbus da Cidade de Prata equilibrando o jogo de xadrez, a humanidade conseguiu respirar aliviada. Grandes gênios como Michelangelo e Leonardo Da Vinci puderam desenvolver seus trabalhos com o apoio dos anjos Protetores e muitas novas ordens de matemáticos e estudiosos surgiram na Itália, principalmente da Casa de Chronos (no sul da Itália) e as ordens necromantes (principalmente os albinos e os giovanni, em Veneza). Também foram iniciados pela primeira vez estudos e trabalhos sobre o Arcano Negro que os magos italianos chamaram de Metamagia, ou o estudo do tempo, do espaço e da própria Magia.

Inaugurava-se a Idade da Razão.

Nesse período, formou-se pela terceira vez um conselho dos magos na Europa, baseados na tradição do Arkanun Arcanorum, composto originalmente de 44 ordens (mas chegando ao final do século XVII com apenas 32 ordens) e seguindo o código de conduta de Salomão. Muitos desses sábios tornaram-se conselheiros de reis e rainhas em Portugal, Espanha e Itália.

Durante o Renascimento, os portais da cidade maldita de Metrópolis abriram-se para a Terra em uma quantidade assombrosa, permitindo que Chezas, Keepers e Cenobitas viessem para a Europa. Eles já haviam estado no velho continente antes e muitos acreditam que foram eles quem inspiraram muitas das ornamentações das igrejas góticas. Mas foi somente a partir do século XV que a presença desses anjos disformes se intensificou. Muitos dos Chezas começaram a participar dos jogos políticos dos anjos Nimbus pelo poder e domínio da Terra e a se aliar aos seres do Inferno.

Relatos de Succubi e Incubi são comuns nesse período do Renascimento, bem como sua representação em diversos quadros e gravuras. O final do Renascimento marca o retorno das Lamias aos seres sobrenaturais. Os feiticeiros acreditaram que essa raça de vampiros estivesse extinta desde a Antiguidade, mas alguns desses monstros apareceram em relatos e poemas na Inglaterra.


Astecas, Maias e Incas

O encontro dos navegantes europeus com os nativos do novo mundo foi um acontecimento único na história da humanidade. Durante mais de 4 milênios, os habitantes de Arkanun haviam conseguido construir uma civilização no lado ocidental da Terra, compostas pelas culturas Asteca, Maia e Inca. Possuíam pirâmides tão belas quanto as egípcias, portais e monumentos que os ligavam diretamente a Arkanun, onde mantinham contato com seus deuses e levavam uma vida muito próspera e avançada para a época.

Infelizmente, ao contrário dos Anjos, eles eram um povo dedicado à paz e não possuíam quase nenhum tipo de arma (os Incas utilizavam-se de metais, mas apenas para ornamentos e utensílios domésticos). Com a chegada dos espanhóis, ingleses e portugueses, vieram com eles os anjos Protetores e Corpores.

Decididos a transformar este "Novo Mundo" em uma colônia de exploração da Cidade de Prata, os colonizadores não mediram esforços para destruir os nativos das Américas. A guerra entre espanhóis e nativos destruiu quase três quartos da população local. Exércitos de humanos comandados pela Igreja devastaram as vilas incas, astecas e maias como rolos compressores.

Os habitantes de Arkanun, acostumados com a vida de harmonia e paz dos últimos milênios, foi pulverizada pelas máquinas de guerra dos espanhóis. A guerra durou pouco mais de cento e cinquenta anos, terminando no final do século XVII com a derrota total dos nativos e mais três milhões de mortos. Os deuses dessas civilizações tiveram de se refugiar em Arkanun para escapar à destruição completa.

Junto às expedições ao novo mundo, estavam diversos magos descendentes dos habitantes de Atlântida, na esperança de encontrar novamente seu continente destruído e recomeçar o que os Círculos de Mistério mais altos chamavam de projeto Nova Atlântida. Poucos Nephalins existentes conseguiam recordar exatamente onde estava a verdadeira Atlântida, mas alguns dos mais poderosos e antigos entre eles lembravam-se vagamente de sua localização em uma região na costa leste (próxima da região que hoje conhecemos como Triângulo das Bermudas).


A Caça às Bruxas

Com a colonização inglesa da América do Norte, muitos magos, vampiros e demônios perseguidos migraram para as novas terras, na esperança de conseguir escapar das garras da Inquisição.

Os ingleses fundaram colônias, desenvolveram vilas e, ao invés do pensamento explorador português e espanhol, procuravam manter uma nova base de operações para contra-atacar. A guerra da religião tomou proporções realmente grandes, com o domínio em solo americano pertencendo exclusivamente às sociedades secretas mortais, caçadoras de magos e seres sobrenaturais. A paranoia dos colonizadores obrigou os feiticeiros novamente a tornarem-se organizações secretas.

O sonho de estabelecer uma colônia de demônios na América foi frustrada pelo fanatismo de seus habitantes, que contavam ainda com a ajuda sobrenatural dos padres e inquisidores e pelas ordens templárias, que montaram verdadeiras fortalezas de caça e captura de magos, Anjos e Demônios.


Os Iluminados e a cabeça de Luis XVI

A Ordem dos Iluminados (ou Illuminati) foi fundada em maio de 1776 D.C., em Ingolstadt, por um professor daquela universidade (ex-aluno dos jesuítas) chamado Adam Weishaupt. Seu objetivo era a unificação nacional alemã e, em uma segunda instância, a unificação de todos os reinos da Terra sob o seu ponto de vista e a dominação do mundo através de sociedades secretas.

A organização da seita era muito simples e, ao mesmo tempo, engenhosa. Consistia em um sistema ternário, na base do qual o centro diretor bifurcava-se em um par de associados menores, cada um dos quais dirigia, por sua vez, a dois associados e assim por diante. Dessa forma, as diretrizes do alto poderiam estender-se até as linhas mais baixas de comando, através dos elos sucessivos e secretos, sem que a incriminação e o interrogatório de um associado, que só conhecia uma pequena parte da organização, pudesse revelar os grupos colaterais e o centro supremo.

As linhas eram compostas de graus. Na primeira linha, os 4 primeiros graus: Neófito, Minerval, Aprendiz e Iluminado Menor. A segunda linha era dividida em três graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre. Por fim, a terceira linha era composta de dois graus: Iluminado Maior e Noviço Escocês.

Para coroar a estrutura acima dessas organizações, estão compreendidas as classes dos mistérios: os Pequenos Mistérios (com os graus de Padre e Regente) e os Grandes Mistérios (mago e homem-rei).

A ideia de colocar graus "adaptados" da maçonaria como intermediários era muito boa. Assim, os candidatos que não correspondessem às expectativas dos mestres illuminatti poderiam ser "desviados" para a maçonaria, que atuaria assim como um "rim" para os iluminados.

A seita foi descoberta pelos anjos em 10 de junho de 1785. Em menos de dez anos, os illuminatti haviam sido eliminados de seu país de origem pelos arcanjos da Cidade de Prata, mas muitos iluminados conseguiram escapar dos anjos, fundando outras seitas de ideologias semelhantes: os Carbonari na Itália, os Unbedingte, os Tuge-bund, as várias Thules na Alemanha (algumas dariam anos mais tarde origem ao Nazismo) e os Decabristas na Rússia.

Dos iluminados surgiram as ideias iluministas e, em consequência disso, a Revolução Francesa em 1789, quando os humanos fizeram uma revolução armada, invadiram e destruíram diversos castelos e mataram dezenas de criaturas sobrenaturais, entre elas, o rei Luís XVI e vários outros Nimbus infiltrados nas cortes francesas.

Vitória para os humanos.


A África

O continente negro foi uma das regiões da Terra que mais conflitos teve entre a Cidade de Prata e os deuses nativos. Cada vila na África cultua seus próprios deuses, a maioria deles proveniente de Arkanun e Spiritum. Os grupos de feiticeiros e bruxos que comandavam as cidades também recusavam-se a integrar qualquer ordem mística ou colaborar com o Arkanun Arcanorum em sua guerra contra os anjos. A metade norte da África sofria influência dos muçulmanos e dos egípcios, mas a metade sul do continente permaneceu misteriosa até o final do século XV D.C.. Seus deuses desconhecidos foram sendo varridos da Terra pelas forças expedicionárias europeias.

A religião Yoruba e seus deuses poderosíssimos foram combatidos e derrotados quando os exploradores ingleses e franceses começaram suas incursões no continente. Seus deuses principais eram Mulungu, Nyambee, Leza e Nyame, criaturas poderosíssimas de Arkanun, mas que, devido à índole pacífica de suas culturas, tornaram-se presas fáceis para as máquinas de guerra europeias.

Com a escravidão, centenas de milhares de negros foram transportados para a América do Sul, Central e sul dos Estados Unidos, trazendo consigo suas crenças, os vampiros Asimani (que permaneceram quase desconhecidos na Europa até esse período), seus feiticeiros e seus poderosos Rituais. Com esses feiticeiros, vieram para a América as raízes dos Caminhos da Magia que mais tarde se ramificariam em três vertentes: o Candomblé, o Voodoo e a Santeria.

Atualmente, os bruxos e feiticeiros pertencentes ao Arkanun Arcanorum cujas raízes místicas estejam na mãe África denominam-se Asima, não importando sua etnia, região ou religião de origem.